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domingo, 22 de abril de 2012

As cruzadas

A idade média, período que compreende do sec. VI até o fim do sec.XV, foi marcado por fatos importantes na história da igreja cristã que culminaram no sec. XVI com a reforma protestante na Europa, um dos grandes marcos do cristianismo depois que o mesmo foi estabelecido pelo Senhor Jesus e seus apóstolos no primeiro século.
Nos séculos VI e VII, encontramos a presença do cristianismo em toda Europa, Ásia menor, Palestina e Norte da África. O mundo da época havia sido cristianizado. Povos bárbaros que migraram para o ocidente já desde o fim do sec. IV, estavam sendo evangelizados ao cristianismo ortodoxo. É bem verdade que a igreja cristã na idade média foi marcada por um cristianismo nominal e não genuíno em razão da presença de muitos incrédulos e pagãos na igreja que se converteram em massa conforme os líderes de suas tribos se submetiam a religião cristã. No entanto, ainda no início do sec. VII surge um grande inimigo do cristianismo na península árabe, o islamismo. Esta nova religião, fundada por Maomé (570-632), se expandiu de forma extremamente rápida, tomando até meados do sec. VIII as regiões da Síria, palestina, Egito, norte da África e península ibérica. Somente não avançou Europa adentro pois sua expansão foi contida ao ocidente por Carlos martelo na França em 732 e por Leão III ao oriente no ano de 718. A tomada de Jerusalém , a terra santa, e outras terras do antigo império romano pelos mulçumanos , desencadearam mais tarde nos séculos XII e XIII no episódio da história medieval chamado de cruzadas.

AS CRUZADAS

No século XI, Jerusalém havia sido tomada pelos turcos seljúcidas, que haviam expulsado os árabes da região da palestina. Estes povos nômades perseguiam qualquer peregrino europeu que chegasse a esta região. O imperador de Constantinopla, Aleixo, solicitou então a ajuda dos Cristãos do ocidente contra estes povos asiáticos mulçumanos que estavam pondo em risco a segurança do império. Em novembro de 1095, no sínodo de Clermont, o papa Urbano II em resposta ao pedido de Aleixo propôs então a primeira investida contra os pagãos que haviam invadido a terra santa. O objetivo maior era a libertação dos lugares sagrados e não a ajuda ao reino oriental. Assim, apesar de os cruzados terem interesses econômicos e políticos, o motivo primário das cruzadas sempre foram de caráter religioso.
Nesta primeira investida em direção à palestina, multidões de camponeses leigos caminharam entusiasmados pela “aventura militar” apoiada e abençoada pela igreja cristã. Desorganizados e despreparados, estas massas leigas, composta principalmente por franceses chegaram facilmente até a Ásia menor, no entanto foram massacrados pelos turcos, muitos feitos prisioneiros e outros foram vendidos como escravos. Esta primeira investida , no entanto, culminou mais tarde na primeira cruzada dirigida por nobres da França, Bélgica e Itália. Esta cruzada ocorrida no fim do século XI, por assim dizer, alcançou seu objetivo que era a retomada das terras ameaçadas e invadidas pelos turcos, principalmente a retomada de Jerusalém que ocorreu em junho de 1099. Com isto, os líderes cruzados estabeleceram novos reinos nas regiões conquistadas e as ameaças no oriente por parte dos mulçumanos diminuíram. Jerusalém estava novamente dominada por soberanos cristãos e estabeleceu-se nesta época o que é conhecido como reino latino em Jerusalém. É importante destacarmos que esta ação militar com vestes religiosas, assim como as demais, foram caracterizadas por brutalidades indescritíveis, roubos e massacres de milhares de pessoas, ou seja, mesmo que autorizadas pela igreja cristã e seus líderes, as barbaridades que ocorreram nestas cruzadas deixaram uma mancha muito triste na história da igreja.

Uma segunda cruzada foi então organizada para defender regiões conquistadas ameaçadas pelos mulçumanos. Esta cruzada, convocada pelo papa Eugênio III e promovida pela pregação de Bernardo de Claraval em 1146, foi liderada pelos reis da frança e o imperador do sacro-império romano. Esta cruzada resultou em fracasso e Jerusalém foi novamente retomada pelos mulçumanos liderados pelo sultão Saladino no ano de 1187.

A terceira cruzada (1189-1192) deu-se em razão desta nova conquista mulçumana. Conhecida também como cruzada dos reis, foi liderada por Filipe II da França, Ricardo I da Inglaterra e Frederico I imperador da Germânia. A caminho para Palestina Frederico se afogou acidentalmente, Filipe retornou para França e Ricardo coração de Leão, como era conhecido, continuou a batalha. Porém ele não conseguiu reconquistar Jerusalém sob domínio de Saladino, apenas conseguiu a permissão da entrada de peregrinos a terra santa.

Uma quarta cruzada (1202-1204) foi convocada pelo papa Inocêncio III para reconquistar a terra Santa. A ideia inicial era atacar o Egito, no entanto, os cruzados ocidentais invadiram e atacaram a Constantinopla no oriente. Esta cruzada ajudou a enfraquecer o império Oriental e contribuiu para romper definitivamente a relação entre os cristãos latinos e gregos. A ruptura entre as igrejas do ocidente e oriente ocorrida em 1054, que poderia ser amenizada pela ajuda mútua de cristãos ocidentais e orientais, acabou por ser mais agravada pelos resultados desta cruzada. O papa Inocêncio III, ainda participou de uma cruzada a partir de 1209, conhecida como cruzada albigense ou cruzada contra os cátaros, movimento considerado herege e fortemente combatido no sudoeste da França. Inocêncio ainda propôs uma quinta cruzada que seria posta em prática por seu sucessor, Honório III entre 1217 e 1221.

A sexta cruzada (1228-1229) foi liderada pelo imperador do sacro-império Frederico II. Frederico conseguiu por meio da diplomacia um vantajoso tratado com o sobrinho de Saladino, pelo qual Jerusalém, Belém, Nazaré e um corredor para o mar passavam para o controle dos Cristãos. Em contrapartida, os cristãos tinham de reconhecer a liberdade de culto dos mulçumanos. Por este motivo, foi excomungado pelo papa Gregório IX.

Além destas, houve a sétima, oitava e nona cruzadas, bem como outras que não tem tanto destaque na história como as mencionadas acima. É preciso ainda ,ao tratarmos deste período da história da igreja medieval ,mencionarmos um dos episódios mais tristes ocorrido nas cruzadas, conhecido como cruzada das crianças ou cruzada dos inocentes no ano de 1212. Crianças vindas da França e da Germânia, conduzidas por dois meninos, Estevão e Nicolau, marcharam para Itália, crendo que por sua pureza e inocência, poderiam ser bem sucedidas em campanhas que os adultos haviam falhado para retomar a terra santa. O resultado foi à morte de muitas crianças no caminho devido à guerra e a fome e outras foram capturadas por piratas e vendidas como escravos para o Egito. A era das cruzadas terminou com a queda de Acre em Israel diante dos mulçumanos em 1291.

AS CONSEQÜÊNCIAS DAS CRUZADAS

As cruzadas acabaram deixando importantes consequências de caráter político e social na Europa. Houve o enfraquecimento do feudalismo em razão de muitos cavaleiros nobres feudais que saíram para as cruzadas, não retornaram mais a suas terras e também muitos haviam vendido as terras para financiar a partida para as cruzadas. Houve também o enfraquecimento do império oriental em razão da invasão de Constantinopla, aumentando a aversão entre cristãos ocidentais e orientais. Através das cruzadas, o papado ganhou prestígio durante a liderança das mesmas, mas ao fim, o poder papal foi enfraquecido. As cruzadas contribuíram na formação de um cristianismo mais militante e agressivo na luta contra seus opositores. Mais tarde, este cristianismo teria reflexo inclusive na colonização do continente americano. Como consequências econômicas, as cruzadas favoreceram a um maior intercâmbio cultural e econômico entre o oriente e o ocidente. Houve um despertar do comércio e da cultura. As cruzadas tiveram impacto também no monasticismo medieval, trazendo o surgimento de novas ordens militares , concedendo ao papado grupos de monges leais. Os cruzados também combateram militarmente as heresias dos cátaros no ocidente e os mulçumanos ao oriente. Com isto, o antagonismo entre cristãos e mulçumanos perduram até os dias atuais.

CONCLUSÃO E PENSAMENTOS FINAIS

Apesar de ser um período triste na história da humanidade e da igreja cristã, precisamos aprender com esses erros e extremos praticados tantos por aqueles que lideraram e promoveram estas batalhas religiosas quanto por aqueles que as travaram. O resultado do abandono e a ignorância quanto aos princípios cristãos estabelecidos pelo Senhor da Igreja, o Senhor Jesus, em Sua palavra, trazem grandes prejuízos aqueles que o desprezam. As armas do verdadeiro soldado de Cristo mencionadas nas páginas do novo testamento, são de caráter espiritual e não natural ou físico. O cristão é convocado para combater contra hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais. Não temos de lutar contra carne e sangue. (Efésios 6:10-20). Nosso Senhor repreendeu a Pedro, que segundo a tradição romanista é o líder e fundador da igreja Romana, quando este sacou da espada no jardim do Getsêmani e feriu a um servo do sumo-sacerdote (ver Mateus 26:51-54). Jesus nunca nos recomendou que viéssemos a guerrear por terras e posses neste mundo por meio de armas e violência, pelo contrário, somos chamados a adentrar neste mundo para proclamar a expansão do reino de Deus na terra, que é de caráter totalmente espiritual, o qual não vemos, mas está dentro de cada um daqueles que são regidos pelo Rei dos reis e Senhor dos senhores, nosso salvador Jesus. Mais uma vez, concluímos que a causa dos erros praticados por cristãos em toda história da igreja tem como fonte principal, a ignorância e o abandono das sagradas escrituras. Ela é a nossa maior arma no combate contra o mal e contra as heresias.
Outro ponto que precisamos destacar como conclusão de todos estes fatos ocorridos neste período da história, diz respeito a soberania absoluta de Deus e de Sua providência que faz com que toda história continue progredindo em direção ao fim por Ele mesmo determinado e predestinado. O cristianismo genuínio dos primeiros séculos, fundamentado no testemunho dos apóstolos, mártires e pais da igreja que amavam a palavra, agora enfraquecido pela presença de pagãos convertidos nominalmente e pela ameaça de outros povos ímpios, acaba incorrendo em erros grotescos como estes , porque seus líderes espirituais, neste caso os papas que convocaram as cruzadas, desprezavam e até hoje desprezam a autoridade maior sobre a igreja de Cristo, que é a palavra de Deus, e não o homem pecador da qual o papado é constituído. No entanto, o próprio Deus, Senhor e sustentador de toda Sua criação, estava preparando o mundo para o acontecimento de um dos maiores marcos na história da igreja cristã , a reforma protestante do sec. XVI, que colocaria o fim da ignorância e da escravidão da religião corrompida pelo homem e traria o povo de Deus para perto de Sua palavra novamente.

"Porque Dele, por meio Dele, e para Ele são todas as coisas. A Ele, pois a glória eternamente. Amém !" Romanos 11:36

Soli Deo Gloria !

Fontes bibliográficas :
- O cristianismo através dos séculos / Earle E. Cairns / Vida Nova
- Escola Teológica Charles Spurgeon / Prof. Marcos Granconato
- Wikipédia / Enciclopédia livre

domingo, 15 de abril de 2012

Páscoa feliz com Jesus

"Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós." 1 Coríntios 5:7b

No dia 08 de abril de 2012, domingo de páscoa, foi realizado na sede de nossa igreja no período da tarde, uma ação social reunindo crianças carentes da comunidade bem como seus familiares para participação de um evento de páscoa, com distribuição de lanches, lembrancinhas, músicas, vídeos e lições bíblicas sobre o verdadeiro sentido da páscoa.
Além de irmãos e irmãs que contribuíram na realização do evento, estiveram presentes cerca de 45 crianças e 20 adultos visitantes, perfazendo um total de 80 pessoas presentes.
Abaixo, segue algumas fotos de momentos do evento junto a comunidade do bairro de Forquilhinhas:

Momento de cânticos com as crianças :

Momento de vídeos e lições bíblicas para as crianças :

Hora do lanche :

Distribuição de lembrancinhas :

Estas são algumas imagens dos momentos agradáveis que desfrutamos juntos com as criancinhas da comunidade, lhes ensinado valores bíblicos sobre a páscoa e contribuindo para que este dia não passasse em branco em suas vidas. No entanto, queremos deixar registrado o nosso mais sincero agradecimento a todos que participaram e cooperaram para que este evento pudesse acontecer.
Louvado seja Deus por cada irmão e irmã que trabalharam, desde as visitações e divulgação do evento, programações, arrecadação de donativos, preparo das lembrancinhas, preparo e distribuição do lanche, cânticos, lições, enfim, aqueles que não puderam estar presentes no dia, mas estavam em oração pelas almas presentes, bem como, somos muito gratos a todos os contribuintes e colaboradores que ofertaram voluntariamente donativos e itens para realização do evento, a todos, o nosso muito obrigado !
Por fim, agradecemos, louvamos e exaltamos o nosso bom e eterno Deus, que é o Senhor soberano sobre tudo e todos e que proporcionou e sustentou tudo o que ocorreu neste dia abençoado, desde o desejo da realização do evento, bem como o envolvimento e presença de todos os participantes diretos e indiretos mencionados acima, para que, ao final, toda honra e glória pertença somente a Ele.
Louvado Seja Deus pela Sua graça maravilhosa, por meio de Jesus Cristo nosso Senhor, concedida pela obra do Seu Santo Espírito em nossas vidas.

Soli Deo Gloria !

domingo, 1 de abril de 2012

A igreja e os bárbaros

O período da história entre os séculos IV e XI, é conhecido também como idade das trevas . Neste período, houve as chamadas migrações ou invasões de povos bárbaros para a Europa ocidental, os quais tiveram de ser enfrentadas pela igreja cristã.

No início do sec. IV, com o edito de Milão e o fim das perseguições ao cristianismo, a igreja cristã passa a ser aliada ao estado, ganhando força e apoio do império chegando ao final do sec. IV como a religião exclusiva do estado através do edito de Teodósio I. No entanto, o império romano já estava em declínio e esta união com o cristianismo, o qual não parava de se expandir, pode ter sido mais uma estratégia política a fim de salvar a cultura clássica da época. A igreja se beneficiou deste apoio do estado, adquirindo sua liberdade de culto, liberdade de testemunho influenciando a sociedade, elevando o padrão moral das pessoas, influenciando a legislação romana, bem como, o avanço de trabalhos missionários por todo império. Porém, se podemos destacar alguns benefícios desta união igreja-estado, o fato é que houve também grandes malefícios, dentre eles a influência das autoridades governamentais em assuntos e decisões de caráter espirituais e teológicos. Também com o “fortalecimento” da igreja por meio do apoio do império, o cristianismo passou a perseguir o paganismo da mesma forma em que foi perseguido pelos pagãos nos séculos passados. Outro problema, foi a secularização da igreja, onde conversões em massa ocorriam em virtude de o cristianismo ser a religião do império. Deste modo, a espiritualidade da igreja foi extremamente enfraquecida com a união ao estado, trazendo grandes prejuízos ao cristianismo no decorrer da idade média.

No final do sec. IV a igreja teve de lidar com um novo problema, a migração de povos estrangeiros ou bárbaros que vinham em busca de melhores lugares para habitar, bem como refúgio de perseguições de outros bárbaros.
Estes povos estrangeiros, liderados por Reis sem cultura e sem instrução alguma, muitos deles sem alfabetização, traziam em sua bagagem sua religiosidade pagã, o culto a heróis e deuses pagãos, e muitos destes bárbaros tiveram contato com o cristianismo ariano , tendo a igreja cristã ortodoxa a difícil tarefa de evangelizar estes novos povos.

Dentre os principais povos bárbaros e suas migrações podemos destacar :

- Os godos – Perseguidos pelos hunos, buscaram asilo nas terras do império romano. Os ostrogodos fixaram domínio na região da Itália e os visigodos na Espanha. Úlfilas foi o principal missionário entres estes povos, promovendo um cristianismo herético de linha ariana.
- Os vândalos – tomaram o norte da África e perseguiram os cristãos ortodoxos . Agostinho de Hipona estava no final de sua vida quando o norte da África foi invadido pelos vândalos.
- Os lombardos , borgonheses e francos – Se estabeleceram na Gália, região que hoje é a frança. Martinho de Tours trabalhou com os borgonheses . Os francos se converteram ao cristianismo quando seu rei, Clovis, influenciado por sua esposa que era cristã, se converteu em 496.
- Os anglo-saxões – fixaram-se na Britânia, atual Inglaterra. Nas ilhas britânicas, destaque para os trabalhos evangelísticos de Patrício entre os Irlandeses e Columba entre os Escoceses. Foi da Escócia que Aidano levou no sec. VII o evangelho aos anglo-saxões no norte da Inglaterra.

Ao lidar com esta questão das invasões bárbaras e consequentemente ao cristianismo que estava associado ao império, a igreja que já fora prejudicada e enfraquecida espiritualmente pela união igreja-estado, passou a ficar mais enfraquecida e paganizada com as invasões de povos bárbaros. Como mencionado anteriormente, muitos cristãos, monges e missionários trabalharam ativamente na cristianização e evangelização destes povos, a isto destacamos positivamente, no entanto, muitos bárbaros convertidos ao cristianismo continuavam sem serem doutrinados, trazendo para dentro das igrejas suas práticas pagãs e ritualistas, conversões em massa influenciadas pelos líderes dos povos bárbaros produziam um cristianismo nominal e não genuíno, o que ocasionou o enfraquecimento espiritual e a paganização em parte da igreja cristã medieval. Não bastasse este enfraquecimento da Igreja, surge no sec. VII um poderoso inimigo do cristianismo, o islamismo. Fundado por Maomé, o qual foi influenciado pelo arianismo e pelo judaísmo, esta nova religião se expandiu rapidamente tomando todo norte da África e parte do oriente , sendo rechaçado no ocidente por Carlos Martelo na batalha de Tours (732) e no oriente por Leão III (718).

Conclusão

Quando olhamos para igreja antiga, para igreja apostólica ou primitiva e em seguida para os cristãos que a mesma produziu, homens e mulheres que entregavam suas vidas por amor a Cristo e ao evangelho, grandes pensadores e teólogos cristãos que se levantaram para defender a ortodoxia bíblica, que lutaram contra as heresias e contra as afrontas externas do império ao ponto de enfrentarem o martírio, podemos claramente contemplar o testemunho de homens e mulheres que realmente nasceram de novo, que foram verdadeiramente convertidos pelo poder do evangelho de Cristo. No entanto, ao olharmos para igreja medieval a partir do sec. IV, encontramos a presença da igreja e do cristianismo estabilizado, sem perseguições e afrontas, fortalecido geograficamente e materialmente pela união ao estado, mas enfraquecido espiritualmente. Ainda vemos alguns cristãos genuínos remanescentes que lutaram e labutaram na evangelização dos povos, mas a grande maioria dos cristãos deste período, eram cristãos nominais, enraizados no seu paganismo, ritualismo e misticismo supersticioso. Sem dúvida este enfraquecimento espiritual da igreja foi ocasionado pela presença política do império nas questões espirituais da igreja, bem como com a presença de incrédulos pagãos, povos convertidos nominalmente e não espiritualmente ao cristianismo que contribuíram para a paganização da igreja medieval, mas a causa principal, a fonte do enfraquecimento espiritual da igreja deste período se deu pelo abandono as bases das escrituras. O fundamento dos apóstolos e profetas, as escrituras sagradas, fora deixado de lado para que a igreja buscasse seus interesses neste mundo, dentre eles, o livramento das perseguições e a aceitação por parte de todos os povos, comprometendo a ortodoxia e a fidelidade a Cristo e Sua Palavra.

Nos dias de hoje, o quadro não é muito diferente. A igreja ainda busca a aceitação e a amizade do mundo a fim de não ser perseguida e poder estar bem firmada geográfica e materialmente neste mundo.Porém, vemos uma igreja se distanciando cada vez mais do alimento espiritual, da fonte de vida da igreja que é a palavra de Deus. Isto traz o enfraquecimento do cristianismo que é visto em grandes impérios religiosos de nossos dias, formado por multidões de evangélicos e cristãos nominais, que aparentam uma robustez espiritual, mas não passa de feno ou palha, pois não estão edificando sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, o qual é Cristo revelado nas escrituras.

“Porque ninguém pode por outro fundamento , além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” 1 Coríntios 3:11

“..edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;” Efésios 2:20

“Muitos me dirão naquele Dia : Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas? E, então, lhes direi abertamente : Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” Mateus 7:22-23


Que o Senhor nos conceda a graça de fazermos parte do remanescente cristão que verdadeiramente ama a Cristo e Sua palavra, que venhamos a cada dia confirmar a nossa vocação e eleição, porque fazendo isto, nunca jamais tropeçaremos. Amém !

Sola Scriptura !

Fontes bibliográficas :
- O cristianismo através dos séculos / Earle E. Cairns / Vida Nova
- Escola Teológica Charles Spurgeon / Prof. Marcos Granconato